As Crônicas do Cedro - (1º capítulo)
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As Crônicas do Cedro - (1º capítulo)


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        Acabei de ressuscitar uma Telecaster com corpo de Cedro, que cismava em soar mal. Mesmo depois de umas 5 tentativas de captadores, não tinha jeito. Semana passada resolvi colocar aquele braço da SX (postado aqui) que estava sobrando, e mais algumas peças, também "sobrantes". Dessa vez, tinha certeza que o captador do braço seria um P-90 e separei o meu humbucker mais agudo e rabugento pra colocar na ponte.
Tudo isso iria para um corpo de Telecaster de (suposto) Tauari, que acabou ficando muito pesado (quase 5 kg) e com timbre feio, abafado. Abafado por abafado, prefiro o Cedro! :)

Quando acabei de montá-la, liguei no amp sem muita esperança, mas me surpreendi com a sonoridade! Comparei com várias guitarras boas que tenho e o timbre dessa tele de cedro está praticamente à altura de todas elas. É um meio termo entre a Les Paul e a Telecaster padrão.
Como já apanhei muito do cedro, tomei o cuidado de colocar um pot de volume com 560k e capacitor de .022. Ajudou a abrir um pouco mais o timbre.

        No fórum da Guitar Player já fiquei conhecido como "o cara que não gosta de cedro" :). Tudo porque há uns 7 anos, quando era apenas um guitarrista sem nenhum conhecimento de luthieria, resolvi finalmente ter uma strato e conclui que uma de luthier seria ideal. Nem me lembro se a palavra "cedro" foi mencionada, mas na época não tinha a mínima noção da importância das madeiras.
Gastei quase o mesmo valor de uma Fender americana importada e o resultado foi terrível - uma strato SEM som de strato.
Depois de umas 20 tentativas frustradas para fazê-la soar bem, fui pesquisar... Santa cultura! Aos poucos, fui entendo porque ela não soava como strato: corpo de cedro, braço de marfim, captadores Seymour Duncan Quarter Pound/Blackmore, ponte Wilkinson VS50 (esse modelo nunca engoli - muito bem feito, mas...).
De início, pensei: "Ahá! É só trocar os captadores!". Troquei e nada, abafada, sem muito estalo... Até que troquei o corpo de cedro por um de alder e a mágica aconteceu.

Ainda fiz mais 2 tentativas com cedro, dessa vez com tops de outras madeiras para tentar jogar brilho no timbre: Cedro+Marfim (essa tele), Cedro+Imbuia. Nada. Com um EQ paramétrico, consegui identificar uma falta de força nos médio-agudos, entre 1600 e 2000 Hz, centrado em 1850 Hz. As 3 guitarras tinham essa característica. Todos os corpos de cedro foram para o "depósito"...

        Há uns 4 meses, peguei o corpo da minha strato de cedro e percebi que o cheiro característico (de sauna) do cedro havia diminuido muito. Coloquei um braço de maple/maple e ao tocá-la (captadores StewMac Golden Age) percebi uma boa melhora no timbre. Imediatamente pluguei a minha strato de alder e somente com as duas, lado a lado, é que consegui perceber que aquela deficiência de médio-agudos ainda estava lá, mas mais sutil. Se não estivesse ouvindo a de alder junto, juraria que o som era de uma strato perfeita... :)
Acredito que o maple tenha equilibrado o timbre do cedro.

Fiquei com uma pulga atrás da orelha e resolvi ressuscitar as outras duas. A Tele foi uma grata surpresa - tá com um timbre muito legal, principalmente por causa do braço de maple/maple. Ficou tão boa que vou investir numa troca de trastes (com luthier - não tenho capacidade técnica pra isso) - 3 deles estão levantados e se tem uma coisa que me irrita é traste mal colocado/nivelado. Coisa de guitarra (SX) chinesa barata.
Já uma custom HH, cedro rosa com top de imbuia (o timbre da imbuia não ajuda muito nos agudos), continuou abafada - mas nela coloquei uma braço de maple (fino) com rosewood.



O que será que aconteceu? O cedro envelheceu, secou mais ainda (mas já estavam bem secos, segundo os luthiers) ou foi o acréscimo do maple?
Não sei ao certo. Ainda acho o cedro deficiente nos médio-agudos (há quem goste dessa característica) e o Alder e Ash bem melhores, principalmente para guitarras estilo Fender, mas pra quem jurou que nunca mais tocaria numa guitarra de cedro, tô mordendo a língua, kkk...




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