Fuzzelagem - Episódio 3
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Fuzzelagem - Episódio 3


Octave Up Fuzzes!!!

Dois momentos totalmente distintos que chamaram minha atenção para esse tipo específico de Fuzz: primeiro quando ouvi o Octavia usado pelo Hendrix em "Who Knows" no Band of Gypsys e depois quando ouvi a primeira faixa do álbum de estréia como artista solo do Adrian Belew (Lone Rhino) , chamada "Big Electric Cat" centrada numa guitarra fretless enfiada num FoxxToneMachine sobressaindo o tal "velcro sound"!. De lá pra cá, tudo o que encontrei do tipo fui agarrando e não soltando mais! Desde fabricar alguns clones de clássicos quanto comprar cópias baratas e alguma coisa original.

Da esquerda para a direita: Octavio com transformador, Octavio sem transformador, Giannini SuperFuzz, Rocktron Purple Haze, BigEffects FoxxToneMachine clone, Danelectro french Toast, Homemade Prescription Electronics  Experience clone e no meio um clone do Scrambler da Ampeg, 


Curiosamente o primeiro pedal de Octave Up Fuzz que tive foi um construído por mim mesmo a partir de um kit (da empresa FILCRES) e com projeto do grande Cláudio César Dias Baptista publicado numa revista popular de eletrônica da época, Nova Eletrônica, lá pelo final da década de 70. Chamava-se "Dobrador de Oitava". Na verdade já não o tenho há tempos, até porque ele foi montado para o guitarrista da minha primeira banda. Eu mesmo não havia começado a tocar guitarra. E para ele que só sabia fazer meia dúzia de acordes cheios, de nada servia, mais parecia um triturador de acordes, sobrando apenas uma confusão com jeitão de Ring Modulator. Mas deu uma certa melancolia chegar até aqui e não ter um "espécime" desse "Dobrador de Oitava". Quem sabe mais pra frente ainda monto um mesmo antes de postar todos os Octave Up Fuzz que conheço?


Algumas regras são comuns quando se usa um Octave Up Fuzz e se pretende exagerar o efeito de "oitava acima". Uma delas é usar o captador mais próximo ao braço ou baixar bastante o controle de TONE da guitarra. Além de se usar a escala do décimo segundo traste pra cima. Há certos fuzzes que precisarão de algum tipo de ajuste interno ou externo para que a oitava soe mais nítida, outros não.

Bem, vamos ao primeiro da lista!


GIANNINI SUPER FUZZ



Esse foi o primeiro Octave Up Fuzz que eu tive e que fiz uso real (e ainda faço!) dele. Este pedal foi um presente muito precioso de um bom amigo, um verdadeiro gentleman e ótimo guitarrista Aloísio Campello. Tinha muito pouca coisa pra consertar e logo o coloquei em combate. O pedal é uma cópia descarada e de boa qualidade do original homônimo da marca Univox. Até o layout da placa de componentes foi copiado! Os nomes dos controles também foram mantidos: BALANCE, que é o volume de saída e EXPANDER, que é um controle de "drive, compressão e sujeira" do Fuzz. Com a idade alguns ajustes feitos por intermédio de Trimpots (que são resistores ajustáveis, assim como os potenciômetros, porém com uma função mais do tipo: ajuste até obter o melhor resultado e deixe assim!) podem ser perdidos. Assim, se for o caso, como era o desse pedal, faz-se necessário um novo ajuste interno. Nada complicado, tocando a guitarra no captador do braço e nas notas altas, vai se fazendo poucos movimentos e bem precisos no Trimpot até se chegar a um ponto "ótimo" do aparecimento da oitava acima. 

Por outro lado a GIANNINI a meu ver saiu-se bem com duas pequenas, porém estratégicas, diferenças em relação ao pedal original da UNIVOX: há uma chave tipo H-H no pedal original chamada TONE que controla uma mudança total na equalização final do timbre e que na versão brazuca foi substituída por um prático  footswitch!  Numa posição a chave deixa o timbre com mais médios e menos rascante. Na outra posição é o contrário e algo como o tal "velcro sound" aparece! No vídeo abaixo a mudança acontece em 3:12. A outra diferença é que os pedais da GIANNINI dessa época já apresentavam entrada para fonte externa (a não ser os que tinham fonte interna e eram ligados direto na tomada de AC). É importante todavia lembrar que a ligação é de polaridade invertida em relação ao padrão BOSS!!!

Com esses controles, mais os controles da guitarra e o jeito de tocar, as técnicas usadas, a dinâmica, tudo afeta de maneira bem interessante o SUPER FUZZ e com pequenos intervalos entre duas notas se consegue aqueles timbres com cara de Ring Modulator. No vídeo abaixo, feito há muito tempo atrás, pode-se ter  alguma ideia do que é o som do bichinho!


No próximo veremos o FOXX TONE MACHINE e suas variadas encarnações!



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