Luthier
Guthrie Govan - Técnica a serviço da música.
Oscar Isaka Jr.
POOOTZZ , lá vem os puristas malhar um fritador... Calma gente não é bem isso.... kkk !
Quando estava na minha viagem de férias meu "cumpadi" Frederico enviou um e-mail avisando que ia ter Workshop do Guthrie Govan aqui em Curitiba e perguntando se eu não tava a fim de ir que ele compraria nossos ingressos. Se tem uma coisa que eu gosto tanto quanto ir em lojas de instrumentos comprar minhas guitarras é ir em shows e workshops, especialmente do escalão nosso nosso amigo londrino, então prontamente aceitei.
Guthrie Govan no Facebook (clique)
Contando um pouco da sua história, Guthrie Govan disse que começou a tocar aos 3 anos de idade e sempre tentava reproduzir as melodias e acordes que escutava na guitarra mesmo sem saber direito o que estava fazendo e que ao contrário do que parece, ele nunca foi uma criança que ficava horas tocando com um metrônomo. A técnica que possui hoje é um resultado de tocar muito sim, mas aquilo que gostava. Lembro de ele ter enfatizado umas 4-5 vezes durante o workshop que todos nós deveríamos usar a guitarra (ou qualquer outro instrumento) como um meio pra fazer a música dentro da gente sair pelo amplificador. Até aí nada de anormal, quase todos eles falam isso, mas eu veria mais pra frente que esse cara tinha algo diferente, além da capacidade de tocar fusas...
Entre tocar músicas de maneira perfeita seja de seu álbum solo ou com sua banda "The Aristocrats", algumas perguntas da platéia eram feitas e duas se destacaram pra mim...
A primeira:
Pessoa: Gostaria de saber se vc tem uma rotina de estudos com palhetada alternada, escalas e etc....
Guthrie Govan: Não, isso é como tirar a diversão daquilo que eu gosto de fazer, que é música. Sempre toquei as músicas que eu gostava e tentava tocar da maneira mais limpa e perfeita que eu podia. Acho que assim desenvolvi minha técnica naturalmente. Tirava os acordes de Jazz de ouvido e em algum momento eu quis saber os nomes daqueles trecos que eu fazia (referindo-se aos acordes) e por isso estudei um pouco de teoria, mas estudar técnica pra mim é como o Bart Simpson (de castigo) escrevendo no quadro negro "Não vou mais fazer isso, não vou fazer mais isso..." .Depois de responder ele emendou ainda:
"Nós homens temos esse treco chamado testosterona que diz que sempre temos que ser melhores que o outro cara. Tive alunos que estudavam horas de técnica só pra dizer que tocavam tão rápido quando o Malmsteen, mas cadê a música?"Seguindo a pergunta 2:
Pessoa 2: Vc conheçe Allan Holdworth?
Guthrie Govan : Sim, já toquei com ele uma vez. Pessoa 2: Vc poderia falar sobre o estilo dele e tocar um pouco?
Guthrie Govan : Até poderia, mas acho que você está no Workshop errado. Estou aqui pra ajudá-los, não pra ficar fazendo pirotecnias na guitarra.... Esses dois pequenos diálogos fizeram com que esse cidadão esguio e de barba estranha ganhasse 100% do meu respeito e atenção.
Hoje gosto muito de um Blues e da espontaneidade do Rock mas aprendi a tocar guitarra escutando metal, já tive meus períodos em que guitarrista bom era guitarrista técnico. Guthrie Govan claramente não está nem aí pra tocar rápido ou mostrar sua exuberante técnica, mas sim para fazer SUA MÚSICA. E daí que ela tem muitas notas? É a música que o cara faz! Concordo que essa pode eventualmente ser "meio chata", que é "música pra músico" e etc, mas Steve Vai e Satriani também não sofrem do mesmo mal muitas vezes? Como todo exímio guitarrista de Fusion, ele incorpora todos os ornamentos possíveis no seu tocar, aplicando com muita propriedade os múltiplos elementos a fim de gerar um vocabulário guitarrístico abrangente, que tanto pode ser chato como um poema de Camões ou uma obra prima como uma pintura de Picasso. Ao invés de explorar as cores de uma Les Paul com timbres complexos e dinâmicas bluseiras, prefere saborear os modos gregos e sonoridades dos intervalos das escalas e campos harmônicos mais rebuscados com técnica exuberante, mas sempre com
coerência e propósito.
Aqui uma aula do mestre Govan. Muito interessante como ele faz a metamorfose de uma pentatônica:
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