Cort KX Custom - Ser ou não ser, eis a questão...
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Cort KX Custom - Ser ou não ser, eis a questão...


            Essa é a minha Cort KX Custom, excelente guitarra da Cort, de mogno com top (escavado) de maple, braço colado de maple, captadores Seymour Duncan JB/59, tarraxas com trava, ponte Tone Pros, enfim, uma guitarra com specs que me chamaram a atenção quando estava procurando uma com madeiras próximas da Les Paul. Comprei-a no início de 2009, por pouco menos de 2.000 reais.
Especificações direto do site da Cort:

Link para a página da Cort (aproveite e assista o vídeo):
 Cort KX custom - site
Video Oficial Cort KX Custom

Pra quem tá curioso com o som original dela (com os Seymour) seguem dois vídeos que selecionei do you tube, um blues com o 59 e um solo com o JB:





           De 1978 até 2008, 30 anos portanto, evitei as Les Paul - provavelmente porque as que eu ouvi nos anos 80 e 90 não me impressionaram. Mas foi só começar a estudar e pesquisar (e ouvir) mais atentamente pra perceber que a Les Paul é... Bem, essencial! :)
Tinha uma certa bronca com o braço gordo e o timbre do captador do braço, mas eram impressões primárias que não foram bem avaliadas. De fato, a arrogância, presunção, além do fabuloso timbre das minhas Telecaster me cegaram para essa divindade.
Novamente, a minha presunção me fez supor que eu não precisaria gastar tanto para comprar uma original e que uma guitarra com construção semelhante teria um timbre semelhante. Além disso, ainda estava evitando o braço da LP. Assim, caí nessa Cort depois de pesquisar várias guitarras. Era a mais óbvia, dentro daquele raciocínio obtuso da época...

Porém, desde a primeira nota que toquei nela, senti falta de alguma coisa. Subjetivo isso, mas basicamente ela sempre me soou algo "sem vida". Troquei várias vezes de captadores (tentei até a dupla EMG 81/85), mas a sensação persistia. Comecei a achar que era baixa ressonância e o "string-through body", paradoxalmente estava bloqueando. Nesse momento, deveria tê-la vendido, mas sou péssimo negociante e a minha curiosidade falou mais alto. O luthier Inaldo colocou uma ponte "wraparound" (sim, tive que mudar os furos dos pivôs). Ela ficou mais clara, um pouco mais dinâmica, mas à essa altura eu já estava com a minha fabulosa Les Paul 81 com os captadores Rolph e Tim Shaw e a Cort, mesmo soando melhor do que antes, não chegava nem perto da LP (claro que testei os Rolph nela, mas a diferença da qualidade do timbre persistiu).

Recentemente encontrei os captadores ideais para ela: Rosar Hot Mojo na ponte e Heartbreaker II no braço. Por coincidência, são versões mais vivas e dinâmicas que a dupla JB/59.
O problema é que, se a vocação dela é pra soar próxima de uma Les Paul, ainda falta um bocado. Se ao menos soasse "diferente", mas não, ela insiste em ser uma LP... :)
Resultado, é uma guitarra excelente, timbre muito bonito (agora), braço extremamente confortável pra mim, mas eu nunca toco com ela. Sempre pego a Les Paul... :)
É provavelmente a minha guitarra menos tocada e mais mexida.

Mas a razão desse post não é pra me lamentar. É pra saber se me arrisco a "cometer" o que anda pela minha cabeça: retirar todo o verniz dela!! Deixá-la peladinha, com as madeiras respirando. Não acredito que isso vá mudar tanto o timbre, mas pode dar aquele empurrãozinho que falta.
Retirar verniz é um trabalho sujo (uso a técnica de remoção química) e jurei que não faria mais, mas estou sinceramente tentado... :)
Até porque quero checar de perto esse "mogno". No RX (abaixo), dá pra ver as duas emendas do top de maple e, me parece, apenas uma emenda do mogno (a linha horizontal mais superior).
Também quero checar aquela "folha" de flamed maple do top. Talvez até retirá-la, ou tingi-la de outra cor. Deixar a guitarra meio "punk" - quem sabe ela tá é precisando de uma sacudida :)


Já que fui até aqui, e pelo jeito não vou vender essa Cort, talvez arrisque. Tudo pelo conhecimento! Hahahá! :)
Então, fazer ou não fazer, eis a questão... O que vocês acham?



Versátil? Moderna? Bons timbres? Sim pra tudo, mas ainda falta aquela coisinha... :)
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UPDATE 08-08-2011

Eis a KX Custom "peladinha" :) 

Bem, depois de uma aventura que decididamente não vou repetir, retirei todo o verniz e pintura (e folha de maple) da KX. Já havia retirado com sucesso o verniz de outras duas guitarras com um removedor químico em pasta. No máximo duas passadas, limpeza e um pouco de lixa no final e tudo beleza, mas nessa aqui não foi bem assim. O verniz inicial até que saiu bem, mas parei quando percebi que não conseguiria retirar a cola folha de maple - teria que lixar (um bocado) e no apartamento, já vi que só lixação leve :) Além disso, havia uma camada extra de resina na parte posterior, do mogno, bem estranha. Graças a deus existem os luthiers nessas horas, hehehe... Enviei para o luthier Inaldo e ele me entregou a KX sem nenhum resquício de resina/PU ou o que quer que fosse aquilo. Ainda por cima, fez um belo top de pinus para o headstock (havia uma placa de plástico e ao retirá-la, ele ficou fino demais). Ele passou apenas um leve camada de nitrocelulose e assim vai ficar. A idéia era essa mesmo: deixar "na madeira" pra ver se o timbre mudava.
Retiramos por volta de 430 gramas (quase meio quilo!!!) de substâncias químicas... :)
Aqui, a etapa inicial:
Na foto de baixo, dá a impressão que já saiu todo o verniz de PU, pois o mogno aparece. Mas ainda havia mais uma camada - e bem grossa - de resina.

Aqui, a folha de maple  (até achei que fosse uma folha de plástico, mas o Inaldo garantiu que era maple mesmo, bem fino). Parte se desprendeu, mas a que ficou, tava muito aderida ao top de maple.

O mais interessante é que a camada de maple era ainda mais grossa do que eu pensava. Eles usaram a tinta preta pra dar a impressão que tinha mais mogno, mas essa guitarra foi bem definida pelo meu amigo Oscar Isaka Jr.: "É uma guitarra de maple com base de mogno!" :)
Eu a comprei como uma guitarra com "corpo de mogno com top de maple", mas essa relação de madeiras está longe da Les Paul. Falta volume de mogno e é exatamente por isso o timbre característico: bonito, até que equilibrado, mas definitivamente com menos corpo, ressonância e "dinâmica" que uma LP.
Embora seja uma experiência subjetiva (nem tanto, porque eu tenho gravações de licks com e sem o verniz), eu diria que houve uma melhora perceptível na qualidade do timbre, mas pequena, no máximo 25%. Ela está falando um pouco mais "alto" e não me parece tão comprimida quanto antes, mas suas frequências básicas permanecem. Mesmo com um Rosar Mojo 13 no braço, ainda falta estalo (se bem que a posição do captador do braço nessa KX não é a ideal e é uma característica estrutural, por isso não gosto do som de humbuckers de braço em guitarras de 24 trastes...). Mas o Rosar Heartbreaker II na ponte tá tão bom que já vale todo o trabalho.

Pois vejam bem - como falei antes, essa guitarra foi seguidamente modificada, com inúmeras trocas de captadores, etc., porque eu não ouvia realmente uma guitarra de MOGNO + MAPLE nela. Se não tivesse retirado o verniz e descoberto que a camada de maple era tão grossa, alterando a relação mogno/maple que eu imaginava, não aprenderia nada... Vejam a primeira foto dela no post - eu imaginei que o mogno fosse toda aquela parte preta. Não era...

Bem, é isso. Coloquei um "selinho" pra não ficar sem nada no headstock... :)




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