Efeitos usados com o Electric Sitar Trans ao longo dos anos... 1ª Parte
Eu me confesso fã dos tais captadores Lipsticks usados a princípio nas Danelectros (Não confundamos com os captadores também de bobina simples e cobertos com uma capa metálica da posição do braço das Fender Telecasters!). Porém é sempre bom lembrar que eles tem uma saída relativamente baixa e também são presas fáceis para pedais e efeitos sugadores de timbre! Dito isto, vou dar minha primeira dica pessoal de que os mesmos se beneficiam tanto de um bom Booster gordo e colorido quanto de um Compressor bem ajustado sem exagero na compressão. Eu acho até que qualquer Electric Sitar, independente de que captadores sejam usados, se beneficia bastante de um pouco de compressão!
Obs: Apesar de não ser um efeito eletrônico, a afinação usada pode afetar bastante o resultado final. Durante algum tempo investi na famosa D-A-D-G-A-D, mas ultimamente tenho apenas usado a Drop D, com a corda mais grave em D e o resto da guitarra na afinação tradicional, ou como o povo do GC chama: Old Standard Tuning(OST).
Com o sinal um pouco mais saudável e fortificado podemos então começar a nossa seção de tecnologia de torturas sonoras.
KORG ToneWorks AX1g
Esse multi-efeitos da KORG foi uma boa surpresa à época. Imagino que o tenha comprado logo em 2001, algo assim. Mesmo ainda sendo um bom sugador de timbres, já conseguia escapar ao título de "Guitar Tone Plastificator Tabajara" como era conhecida a antiga ZOOM 505! Opções interessantes de efeitos básicos e um ou outro efeito especial! Dentre esses últimos um se destacou bastante no uso com o Electric Sitar Trans: o DRONE. (outros aparelhos da KORG na mesma época, como os Ax3g, AX5g, AX1500g, etc., também tinham esse algoritmo)
"DRONE EFFECT - An effect which simulates the resonance of Indian music. The expression pedal controls the effect level. Effective when you play in a key corresponding to the pitch specified by the VALUE keys. Specify pitch in the range of A (1), A# (2)...G# (12)"
Como descrito, usando algum tipo de linha de retardo ressonante (como um flangercom muita ressonância, mas sem ação do LFO, ou mesmo um delay com atraso muito pequeno e cheio de repetições) que se pode escolher a afinação central. Escolhida a nota musical correta para a escala a ser tocada você consegue efeitos de ressonância similares aos das cordas que vibram em simpatia nos instrumentos indianos como o Sitar e o Santur. Mas esse efeito só aparece quando tocamos as fundamentais e/ou as quintas justas. Mesmo assim o efeito já enriquece bastante a sonoridade "sitarosa". E uma possibilidade legal é poder "dosar" o volume dessa ressonância com o pedal de expressão da unidade em tempo real. Diferenças básicas entre DRONE e cordas simpáticas...
A única coisa que achei mal entendida foi o efeito chamar-se DRONE nesse aparelho, mas até entendo a confusão... e até poder-se-ia chamar assim mesmo! Pois existe por um lado a ação das cordas simpáticas nesses instrumentos como o Sitar, o Santur, o Sarangi, que vibram em simpatia, ressonando junto às notas tocadas, de acordo com a fundamental e os harmônicos de cada uma, criando assim um corpo de som vibrante e cheio, muito impressionante! Na foto pode-se observar as cordas que passam por baixo e também possuem sua pequena ponte no estilo "Jawari", já mostrada no post sobre o Electric Sitar Trans.".
Porém há na música indiana um outro elemento muito comum que é o uso de um instrumento para tocar continuamente uma ou poucas notas de forma a criar um bloco sonoro repetido (notas pedais, que permanecem do começo ao final da música muitas vezes).
Sendo assim, um instrumento que é comum de se ouvir nesse papel é a Tambura (ou Tampura). É um instrumento que tem normalmente três ou quatro cordas, sem escala para digitação, sendo as cordas tangidas apenas em sua afinação ajustada, continuamente formando uma "cama tonal". É muito comum ela ser afinada em fundamental, quartas, quintas e oitavas. Ela apresenta a ponte no estilo "Jawari"
Outro instrumento usado tradicionalmente para fornecer o DRONE é o Harmônio, pequeno instrumento de teclado que produz som através de palhetas sopradas por um fole manual. Já mais para os tempos atuais não é incomum vermos artistas, mesmo mais tradicionais, usando uma "SHRUTI BOX", que é uma espécie de pequeno sintetizador eletrônico sem teclado com botões para selecionar as tonalidades conforme a música e tocarem continuamente o DRONE adequado. Claro que podemos simplesmente usar uma sequencia tocada num teclado moderno ou num instrumento virtual dentro do computador, tablet ou mesmo smart phone com um app de"SHRUTI BOX"!.
Mas há algumas alternativas interessantes que cabem na pedalboard...
ZOOM G2 - Com a a função de HOLD e uma chave de pedal (footswitch) anexada a esse multi-efeito é possível criar pequenas células e deixá-las repetindo enquanto se toca algo em cima.
EHX FREEZE ou EHX Super Ego - Uma outra maneira de inserir em tempo real algum tipo de DRONE é com esses pedais que automaticamente congelam uma parte do áudio do sinal da guitarra e criam um som contínuo. O SUPER EGO tem várias vantagens sobre seu antecessor, uma delas a possibilidade de se usar um efeito inserido apenas no looping criado. Assim, afetando apenas o som congelado que repete em looping, sem afetar o som direto, fica mais fácil criar um certo movimento no DRONE. No meu FREEZE acabei por fazer uma Mod e adicionei essa capacidade, porém quase perdi o pedal... atenção especial a esse Sitar/Mandolin muito bacana, alvo de muita G.A.S. aqui...rs.
BOSS RC-3 (ou outros loopers que armazenem os loopings) - Pedais Loopers com Drones pré gravados também são uma forma prática de adicionar esse tipo de coisa a sua música. inclusive pode-se usar loops de instrumentos acústicos verdadeiros que encontramos em vários formatos pela internet.
Reverbers, Modulações e Delays - Reverberadores e ecos, incluindo os mais exóticos como Shimmerse Black Holes da vida são bem vindos para complementar a ambiência ou até mesmo suprir a falta de DRONE ou simpáticas quando não os temos. Um efeito de modulação que, a meu ver, combina demais com a Electric Sitar Trans é o MXR Phase 90. Vale experimentar sempre!
Um cara que manda bem demais e tem um uso super criativo de efeitos no Choral Electric Sitar é o músico americano Rob Mastrianni, inclusive da mini harpa que esse modelo tem (que "seriam" as simpáticas) abusando de afinações alternativas e interessantes. Nesse clip o uso do Filter Delay da Line6 é muito criativo: https://www.youtube.com/watch?v=gGbuhMtcASY
Por enquanto é só, mas logo voltaremos com a segunda parte da postagem sobre efeitos inteiramente dedicada ao EHX Ravish Sitar, até lá!
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