São paulo é a cidade perfeita para esse tipo de evento, não tenho como dizer o contrário. Para mim é sempre um prazer grande retornar a Sampa, já que parte do meu coração reside lá... Fui de ônibus dessa vez (daqui do Rio de Janeiro) achando que seria mais fácil levar o meu kit de sobrevivência para pequenas gigs, o "small gigs kit". Dessa vez consistindo de uma pedalboard bem pequena da MOOER com o novo pedal que estou desenvolvendo com meu amigo e colega Leonardo Chocron (na verdade quem manda ver é o Leo, eu só dou palpite!) pra nova marca eMUSEg (ElectroMuseGadgets), que é um auto-filter cheio de gordura, seguido de um RAT clone da AQR (do querido Adiel Ricci de Vassouras, RJ), depois um MOOER Triangle Buff, seguido de um ZOOM MS-100bt e finalizando com um BOSS RC-3. A guitarra escolhida foi a VINTAGE V6MRTBG ICON Signature Series. A captação no momento é SSL-1 SD no braço, Benson Customs handwired no meio e o Wilkinson original na ponte. Bloco de aço na ponte feito pelo Carlos Manara! Infelizmente as duas possibilidades de gig foram pro espaço e só usai meu "small gigs kit" no hotel mesmo. Levar foi fácil, na volta houve problemas com o embarque da guitarra, a qual estava em semi-bag e nem poderia pensar em colocá-la no bagageiro. Nada que uma boa argumentação não desse jeito!

Para facilitar encontros, a conspiração secreta dos programadores de stands já deixou o stand da Guitar Player ali do lado e só precisei esperar os conhecidos aparecerem para podermos trocar ideias e nos inteirarmos das novidades que cada um trazia. na verdade nesse primeiro dia só encontrei mesmo com o Jaques Molina, sempre simpático e gente boníssima. Eu já havia falado com ele sobre minha curiosidade sobre os novos captadores que desenvolveram em parceria com o Erico Malagoli, o qual também queria encontrar. Bom, felizmente no dia seguinte o encontro aconteceu e foi realmente um grande prazer poder testemunhar parcerias que dão certo assim! Esse capítulo ainda envolve as guitarras e serviços do Gilmar Vicente da HOT MACHINE e dos amplificadores SOLLO, com o Filipe Carneiro. Não esquecendo do excelente projeto Eco Guitar!!! E será contado mais à frente e com os detalhes captados pelos ainda remanescentes neurônios de seu narrador.
Então, finalmente testei por algum tempo, mas de fones de ouvido, os dois novos produtos da Roland/BOSS que me interessavam bastante: O Guitar Synth SY-300 e o pedal de Delay DD-500. De quebra ainda dei uma olhada no RC-1, que na verdade não me pareceu nada especial, mas bem eficiente e simplificado. O SY-300 certamente tem o nome e parte do design uma direta alusão ao primeiro Guitar Synth de sucesso (e totalmente polifônico, já que o anterior GR-500 era considerado "parafônico"). Fiquei muito surpreso com o que esse aparelho é capaz de fazer, afinal tenho um GR-55 e ele se tornou uma mão na roda pra fazer certos tipos de coisas, principalmente por conter PCM synth, VGuitar e efeitos numa mesma caixa, porém presos a uma determinada guitarra e seu cabo de 13 pinos! Como um pedal comum o SY-300 "leu" com grande facilidade e interpretou de uma maneira excelente tudo o que fiz na guitarra, e olhe que apelei mesmo, fazendo todo o tipo de coisa que deixaria a parte PCM do GR-55 sem saber pra onde ir e mandar aqueles glitches e notas fantasmas sintomáticos de má interpretação. Por essas e outras, o conceito desse novo aparelho parece ter mais a ver com modelação física do que com interpretação e consequente disparo de sons sampleados... Os sons também pareceram bem melhores do que tenho ouvido nas demos, porém eles tem aquela coisa de VGuitar, não tem uma certa veracidade dos timbres PCM dos GR e nem a gordura dos analógicos reais, mas quase chega lá. Eu sou bem um dos candidatos a compra desse aparelho, porém ele não conseguiria substituir o meu GR-55. Mas acho que o SY-300 é apenas o começo!
