A idéia de comprar guitarras com madeiras boas e trocar as partes ruins por outras melhores sempre me interessou. "Tunar" uma guitarra é de certa forma divertido e a gente acaba aprendendo um bocado. De cada 3 que tentei, uma ficou muito boa, outra razoável e a terceira ruim. Geralmente o fator determinante é a madeira, porque nada garante que a peça usada na guitarra seja boa de fato (ou, como descobri numa Tagima supostamente de Alder, após retirar a pintura, podemos acabar levando gato por lebre). Essa SX SST 57 Stratocaster veio assim (o acabamento do corpo é conhecido como "Antique Sunburst"):
O excesso de brilho me incomodava um pouco. Lixei suavemente o corpo com uma lixa 1.200 (dá prá fazer com Bom-Bril). Na verdade, dessa guitarra original, ficou apenas o corpo. O resto foi trocado.
A madeira é realmente alder (obs: em 2011 cheguei à conclusão que é Alder sim, mas chinês :) ), e tive muita sorte porque tem apenas 2 (talvez 3) peças. Ela originalmente vem com captadores ruins cerâmicos, tarraxas "vintage" razoáveis e braço de maple, gordo, fora do padrão Fender, mas não é de todo ruim. O headstock tem um desenho que lembra o Fender mas é feio também. Tinha um bom braço strato de marfim com escala de jacarandá de uma strato de cedro (Cedro: arghhh!!!) e resolvi colocar nessa. Como já possuia uma excelente strato Fender com 3 singles (postada anteriormente), optei por um Rosar dual blade na ponte. Um Rosar Fullerton (muito semelhante ao Fender 54) foi para a posição do braço . No meio, um Rosar True Vintage. Resultado: guitarra excelente e muito versátil. Com o dualblade Screamin' Distortion, dá prá tocar até Heavy Metal, mas é no Hard Rock que ele é mortal ... O Fullerton do braço é excelente para solos de Blues e o True Vintage do meio resolve as bases de single.
O Screamin' Distortion adapta-se bem aos pots de 250k, ao contrário dos Seymour Duncan HotRails, que são mais "abafados". Mesmo assim, em 2011 coloquei um pot de volume 500k estéreo (difícil de encontrar, mas custa 7 reais :)) - num dos terminais coloquei um resistor em paralelo para transformá-lo em 250K. Usei uma mini chave para selecionar o terminal de 250k para os singles e 500k para o Screamin'. Resolvi não splitá-lo. A posição "2" ficou interessante com o dual blade "full".
Vídeo 1: Base com o Screamin' Distortion (amps: em estéreo, Tiny Terror real e Fender Blues Jr. simulado no Amplitube):
Vídeo 2: Solo com o Fullerton neck (amps: Tiny Terror real e Fender Blues Jr. simulado no Amplitube):
PS: Uma dica: sempre que for comprar guitarra barata que supostamente tem madeira boa, opte por uma com pintura transparente, que dê prá visualizar a madeira (mesmo assim, eles ainda podem te enganar - depois eu conto a minha estória com a Tagima). As transparentes (Naturais ou Sunburst) geralmente recebem as melhores peças do lote e/ou têm menos emendas.
A segunda SX SST57 que adquiri, toda pintada de creme não tem o mesmo timbre dessa. Quando tiver tempo, vou retirar a tinta só prá matar a curiosidade...hehehe Update 12/2011: ÔPS! Retirei a tinta da SX creme! Surpresa! Veja aqui (clique)
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