Uma Les Paul Boa e Barata? (Vintage V100 AFD)
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Uma Les Paul Boa e Barata? (Vintage V100 AFD)


O que torna uma Les Paul boa? Além de um pouco de sorte e mágica na combinação das madeiras, sua construção, quanto mais próxima do período clássico (1958-1960), maior a chance de ser excepcional... Antes de discutir, aqui seguem as fotos das duas guitarras em questão:

Epiphone Slash "Appetite" Les Paul Standard (cerca de 4.000 reais aqui no Brasil):


Vintage "AFD" Paradise (paguei 1.450 reais no Brasil):


Por favor, chequem as especificações da Epiphone aqui (Clique)
Diferenças óbvias (sem considerar o desenho do headstock e o cutway inferior): Captadores Seymour Duncan na Epiphone e Wilkinson (também de qualidade, alnico, etc.) na Vintage. Pots algo melhores e capacitor Orange Drop na Epiphone. E o resto? Muito, mas muito similar. Por que a diferença tão estúpida de preço? As especificações da Vintage (não é mencionado lá, mas ela tem o braço com long tenon/deep joint) estão aqui (corra até o meio da página, mais ou menos - Vintage V100 Series Paradise)...
Comparem as madeiras, acabamento e construção...

E já que estamos confrontando diretamente as Les Paul Epiphone e Vintage, não deixe de checar o review comparativo entre as versões "Joe Bonamassa Gold Top" Epiphone e Vintage na revista digital "iGuitar Magazine". A Epi ganhou 4 estrelas (de 5 totais) mas a Vintage chegou a 4 e 1/2 :). Siga o link: (CLIQUE)

Next post, vamos às considerações...

25/10/2012:
Bem, não tem muito o que considerar. As especificações de madeira e construção são praticamente as mesmas. Considere que a Vintage especifica o mogno do corpo como sólido (sem câmaras ou buracos de alívio de peso). A minha guitarra pesa 4,1 kg - leve para um corpo de LP sólido com esse preço.

O hardware? Como falei, a diferença está nos captadores - os Seymour Slash teoricamente são melhores, mas isso não justifica de forma alguma os 2.500 reais de diferença do preço.
Esses 2.500 reais a mais pagos por uma guitarra praticamente IGUAL estão provavelmente na ganância humana - começando pela Gibson (que supervaloriza sua submarca Epiphone) e terminando nos exploradores brasileiros, pois o preço lá fora é quase equivalente - pelo menos não há essa diferença absurda.
É uma guitarra com custo-benefício insano, mesmo se comparada com as novas Cort CR280. Nem troquei as tarraxas. Coloquei captadores excelentes - um Rolph 58 na ponte e um Rosar Mojo 13 (custom, com alnico V) no braço. Confesso que foi difícil timbrar o captador do braço, mas isso porque eu gosto de timbre menos gordo e mais definido e estalado nessa posição - coisa difícil de conseguir mesmo numa Les Paul Gibson. O Rosar Mojo 13 customizado pelo próprio Sérgio Rosar, com alnico V resolveu o dilema e a guitarra tá falando uma barbaridade! :)



Nessa demo, tocada pelo Oscar, os captadores são Sheptone Tribute PAF

(Obs: para ouvir essa guitarra, numa comparação com duas Les Paul Gibson, clique aqui)

Claro, não gosto do excesso de brilho do verniz PU das guitarras modernas e estou tentado a mexer um pouco no visual dela, mas isso fica pra depois :)

Aqui, uma foto da cavidade do captador do braço, mostrando a junção profunda/longa do braço com o corpo (quando uma marca em forma de sorriso aparece no meio):


PS: Não confundam esse modelo (Vintage V100 AFD Paradise) com a Vintage V100 comum, que não tem top sólido de maple - apenas mogno e uma folha fininha de maple figurado. Mesmo assim, a V100 ainda é uma ótima guitarra e custa menos que 1.000 reais. Na maioria das V100 o corpo é todo de mogno e o "flame maple" é só uma casquinha, pra dar o visual. Já a AFD e a "Lemon Drop", por exemplo, têm a camada de maple real (maple cap) e por último a folha de maple figurado. Há uma grande diferença sonora entre as Les Pauls (e suas cópias) com (mais aberta) e sem (mais fechada) top de maple.
No site da JHS, quando eles colocam: Body: Mahogany with Maple Cap / Top: Flame Maple Veneer , é top de maple real.
Se especificam apenas: Body: Mahogany / Top: Flame Maple - é só a folha de maple.

PS2: Tava bom demais pra ser verdade... :) No dia 18/8/13 o leitor do blog Isaías Faleiro mencionou que havia uma colagem no braço de sua AFD recentemente comprada. Pedi para que ele enviasse fotos:


Pois bem, o braço da minha recebeu uma quantidade extra - e suspeita - de tinta vermelha nessa região e num papo com meu luthier, o Inaldo, imaginamos que de fato deveria haver uma colagem ali - quase certo que do tipo "colagem espanhola". A foto do Isaías confirmou o truque. Entretanto, isso não necessariamente piora ou modifica o som do braço, mas com certeza aumenta um bocado sua resistência. Como o nome diz, a "colagem espanhola" refere-se a uma técnica (não apenas limitada ao braço) desenvolvida pelos mestres luthier espanhóis e aplicada em violões.
Grandes empresas utilizam essa colagem, bastante comum nas Ibanez, por exemplo. Ela tem duas utilidades: fornecer o ângulo necessário para inclinação do headstock usando um bloco mais fino (economiza madeira) e aumentar a resistência do braço. O método está rapidamente ilustrado aqui (fotos emprestadas do blog do Flávio Gomes):

Bem, não é uma manobra que, na minha opinião, modifica de forma tão perceptível a ressonância do braço. Além disso, se formos considerar a história da verdadeira "AFD" do Slash, a mesma teve uma ruptura do braço próxima ao headstock e uma colagem foi feita durante o conserto. Ao utilizar um truque não pernicioso para economizar, a Vintage acabou criando um detalhe extra de semelhança com a LP original do Slash... :)
Eu não devolveria a guitarra por causa desse detalhe, Isaías. A Epiphone também faz isso frequentemente.

Mesmo considerando essa colagem, ainda acho que a relação custo/benefício da Vintage AFD é a melhor do Brasil.




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