Luthier
PAF Shoot-Out: Comparação de 7 captadores atuais estilo "PAF" - Ponte!
Continuando as comparações dos PAFs, vamos nesse post focar nos modelos de ponte, normalmente "descartados" e/ou "ignorados" pela maioria dos guitarristas por apreciarem mais a beleza e versatilidade do PAF na posição de braço. Concordo, mas um BOM PAF de ponte também tem seu valor e características únicas!
Aproveitei que os tinha em mãos aqui e fiz uma rodada especial para os PAFs de ponte. Por favor perdoem alguns instantes de desafinação, rsrs, a troca maluca de captadores e afrouxa e afina cordas gera esse tipo de coisa. Bom estaos aqui pra ouvir os timbres certo ? :-)
Vai um PAF (2) aí?
PAF "Double White" original.
Participantes do desafio:
- - Jim Rolph Vintage Pretender 58 (Sem capa)
- - Jim Rolph Vintage Pretender 59 (Com capa)
- - Lidy Fralin PURE PAF (Sem capa)
- - Lollar Imperial humbucker Low Wind (Com capa)
- - Seymour Duncan Custom Shop "Greenie Model" (Com capa)
- - Sérgio Rosar Mojo 13 (Sem capa)
- - DiMarzio 36th Aniversary Bridge (Sem capa)
Com exceção do Bare Knuckle Stormy Monday (apenas o neck/braço) e do DiMarzio 36th Aniversary (DP223 - apenas ponte), todos os outros foram disponibilizados com o set neck/bridge;
A plataforma de testes foi a mesma do post anterior, minha Gibson Les Paul R9. Cada captador foi instalado, teve sua altura regulada para o melhor som possível na guitarra e gravado nas mesmas condições. Os testes dos caps de ponte foram gravados com um pouco de saturação pois via de regra é dessa maneira que são classicamente utilizados. Nesse caso, o MIGHTY Tiny Terror! :-)
O timbre de caps mais fracos na ponte normalmente é interpretado como "magro" e/ou "agudo" e com o surgimento dos caps de alto ganho nos anos 70 como o Super Distortion, entregando fúria, corpo e definição, eles perderam ainda mais espaço nessa posição. No entanto, a dinâmica, detalhe e principalmente o ronco de um bom timbre de PAF de ponte são características que nenhum JB consegue entregar .Ele possibilita o uso dos botões de volume e tone e respondem a cada alteração possibilitando uma gama infinita de timbres.
Ouça-os:
Todos os testados se comportaram muito bem no teste saturado, mostrando um timbre orgânico e definido sem sobras de agudos pra nenhum lado, mas claro que existem diferenças! Vamos a alguns comentários:
Rolph 58: Entrega um som detalhado e bonito com "honk" na medida. Aberto e polido, extremamente dinâmico como o seu parceiro de braço, é o que tem menos ganho de todos e também o mais difícil de extrair sons devido a sua sensibilidade! Cada toque de palheta pode vir um timbre diferente dependendo de onde se toca e com que intensidade se toca. Deliciosamente imprevisível eu diria! :-) Muito sensível à altura das cordas também - mais afastado os agudos diminuem e ele soa um pouco mais "smoky", mais próximo o ataque fica mais evidente e ele abre um pouco mais!
Rolph 59: Soou mais cheio nos graves e menos "honk", dando uma leve impressào de "Scooped" nos médios. Um pouco mais comprimido e menos dinâmico que o 58 mas igualmente complexo. Eu diria que o 59 é uma versão mais "rockeira" do 58 e pede um bom drive e que vc desça a mão que ele segura a onda!
Lollar: Manteve a característica mais linear e prontinha nos médios e se comportou melhor na ponte do que no braço na minha opinião. Não sobram graves nem agudos com um ataque preciso e definido. É um som mais pronto e menos imprevisível e "arrogante" que os Rolphs, mas se comportou muito bem na ponte!
Fralin: Novamente demonstrou definição extrema sem nenhum excesso, com um timbre compacto, muito rico e cheio de dinâmica. Páreo duro para o Rolph 58! Soa talvez um pouco menos complexo nos médios mas um pouco mais definido nos drives. Dá a impressão de "cortar" melhor sem soar mais magro. Se o Rolph 58 é o sorvete de chocolate trufado belga, o Fralin é o sorvete de baunilha. Igualmente bom, porém mais direto ao ponto!
Greenie: Esse set tem sido uma grata surpresa desde que comprei. BRILHA mostrando que foi concebido com o uso de drive em mente. Médios na medida, ataque bonito, "honk" pra lá de clássico, enfim Gary Moore na veia em todas as posições com esse set. Fiz uma gravação rápida do modelo de braço e a posição "fora de fase" com drive também, mas fica pra um outro post! Seymour conseguiu extrair o melhor dos PAFs da guitarra do Gary Moore que nunca abrem o bico não interessa se vc está plugado num Soldano ou numa Marshall.
DiMarzio 36th Aniversary: O mais forte do teste, soa quase como um DISTORTION perto dos outros. rsrs Muito mais ganho, mais corpo e menos detalhe e dinâmica que qualquer um dos outros. Tudo isso o deixa mais versátil e mais fácil de timbrar se formos considerar que só será utilizado saturado, mas também o deixa mais próximo de um captador de sonoridade "normal". A competição é até meio injusta com os outros aqui, mas resolvi incluir mesmo assim pois é um modelo que recebeu muito "hype" no lançamento como sendo o clone dos PAFs da LesPaul 59 de Larry DiMarzio. Bom, deixa pra lá! :-)
MOJO: Durante o desenvolvimento dessa série de testes, o Sérgio ouviu a performance do MOJO de braço e se animou (semana passada de última hora,rs) ! Resolveu revisitar o design do Mojo de ponte visando dessa vez fazê-lo soar mais "PAF" que o modelo anterior, intencionalmente feito para ser um pouco mais HOT e versátil. O resultado mais uma vez ficou muito próximo do Rolph 59, com um ataque um pouco mais forte e preciso mas roncando da mesma maneira com tudo o que um bom PAF de ponte tem, médios complexos, definição e graves sequinhos! Ele é um pouco mais arisco e reage mais rápido as nuances da palhetada que os outros do teste, mas mantém um excelente dinâmica e o timbre está lá mais uma vez!
A conclusão do teste é aquela que nós já sabíamos, O PAF é uma sonoridade inconfundível e mágica. Juro que durante os testes deu vontade de ter uma LesPaul com cada um desses captadores pois era possível imaginar utilidade para todas as sonoridade e suas nuances. Uns são mais rockeiros, outros mais "Bluesy" e clean enfim temos tantas sonoridades boas que posso afirmar que nada aqui foi "ruim". Só são diferentes sabores de uma sonoridade imortal e clássica! :-)
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Queria aproveitar a conclusão de mais essa saga e agradecer ao Dalton por ter se manifestado e confiado em nós para que pudéssemos fazer essa comparação pelo interesse de todos. Ele mandou uns 8 captadores pra eu testar e a idéia toda na verdade começou dele.
Mais um amigo que fizemos nos mundo das cordas através do Blog/Forum e desse contato que temos com todos vocês. Não fosse por esse meio eu mesmo não estaria aqui nessa amizade com o Paulo e me divertindo tanto!
Dalton, muito obrigado pela confiança e prontidão! :-)
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