Stratocaster "Lipstick"
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Stratocaster "Lipstick"




         Recentemente tive duas surpresas muito agradáveis com dois tipos de captadores nos quais não tinha muito interesse até então: singles "Lipstick" e P-90. A estória do P-90 fica para o próximo post, mas os "Lipstick" (Batom), que são singles desenvolvidos pela Danelectro nos anos 60 (o fio é enrolado direto numa barra de alnico e ambos cobertos por um tubo de metal - os primeiros tubos usados eram realmente sobras de tubos de batom), têm uma sonoridade única, como os singles de strato, mas com um pouco mais de corpo e menos estridência nos agudos. É um tipo de som que eu buscava nas stratos e que aparece facilmente com um captador lipstick. O interessante é que ele mantém aquele "quack" típico das stratos mas tem os médios com mais "mordida" (ou talvez, com menos agudos do que um single tradicional, os médios apareçam mais), lembrando a Telecaster. É uma sonoridade ao mesmo tempo familiar porém inédita. Muito legal.

O lipstick original da Danelectro usa barra de alnico VI e mede 8,1 cm. A versão da GFS (e o modelo SLS-1 do Seymour Duncan) é feita com 7 cm, para evitar mexer na cavidade dos captadores e escudo. No início hesitei em usá-los porque, via de regra, o tamanho da bobina é um dos fatores importantes da sonoridade de um captador. Além disso, os GFS usam alnico II. Mas após 2 minutos tocando essa guitarra, eu não pensaria em trocá-los nem por originais vintage... :)
Um esquema simples mostrando como o single Lipstick é construído:

Eu tinha ouvido e tocado uma strato com lipsticks Danelectro e resolvi montar uma: Corpo de basswood (bem suspeito, com 3 peças - postarei mais tarde) de uma strato Squier (a cor era um vinho horroroso - foi refeita) braço de uma SX... Coloquei o logo da Fender porque achei que ela possuia elementos "Fender" suficientes para tal, mas assinei também para ninguém achar que falsifico... :)
      Como sempre faço com minhas stratos, deixo apenas um pot de tonalidade para os 3 caps (nesse caso, liguei apenas os do meio e braço) e desloco o pot de volume para baixo. O local onde tradicionalmente fica o pot de volume é muito incômodo para a minha maneira de tocar - volta e meia a mão direita bate nele e inadvertidamente mexo no controle de volume.
Fiz alguns "relics" no corpo pra deixá-la com aspecto envelhecido. Tinha que fazer porque a pintura não ficou 100% perfeita (faltou capricho meu na hora de lixar hehehe). A relicagem equilibrou tudo :)



Não queria "cavar" o corpo por isso fui atrás desse set GFS com dimensões de single padrão. Podem falar mal à vontade da GFS, mas esses captadores são muito bem feitos e com material de primeira. E o som, que é o que importa, ficou melhor do que o da strato com os Danelectro.
O som, como falei, é muito legal no clean, as posições "2" e "4" mantém aquele som clássico da inversão magnética e o captador da ponte, que é um pouco mais forte, satura divinamente. Até acho que esses captadores brilham mesmo em situações de "crunch" ou leve saturação. Excelente a idéia da GFS de fazer valores diferentes de saída para cada captador.
(Juro que vou postar sons de todas as minhas guitarras, em breve.)...

Especificações
Corpo: Basswood, 3 peças, "Sherwood Green Metallic"
Braço: Maple, formato em "C", Fender.
Escala: 251/2", Rosewood, Raio: 9,5"
Tarraxas: Grover Mini Rotomatics.
Captador Ponte: GFS Lipstick 8K
Captador Meio:  GFS Lipstick 6K
Captador Braço: GFS Lipstick 4,9K
Ponte: Wilkinson WVP 2 pivôs (o bloco pesado faz toda a diferença...)
Pots e capacitor: Alpha 250K, 0.033uF






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