Luthier
Teste Cego entre 5 Les Pauls - "The Doug and Pat Show"
Novamente, um post sobre o timbre mágico das Les Pauls clássicas (58/59/60) e seus captadores PAF inatingíveis.
Descobri recentemente vários posts dessa dupla fantástica de fanáticos por guitarra, de Portland/USA, Doug and Pat. O primeiro vídeo que assisti era um teste "cego" (a fonte não é identificada) entre 5 Les Pauls. Eles desafiavam o ouvinte a tentar adivinhar a guitarra pelo som. Entre elas, duas caríssimas LPs, uma Gold Top de 1958 e outra sunburst de 1960, duas cópias de alto nível (Heritage H150 e LP custom do luthier Gary Hines) e uma cópia japonesa "barata" dos anos 70, a já clássica Tokai "Love Rock".
Todas já haviam sido demonstradas em vídeos anteriores, mas eu fiz o teste sem assisti-los. Achei que poderia identificar pelos captadores que conheço: PAFs (58 e 60) Seymour Duncan Seth Lover (Gary Hines) e humbuckers genéricos antigos, talvez até com imãs cerâmicos (Tokai).
De fato, meus palpites estavam corretos e mesmo sem ver os vídeos anteriores, acertei 3 delas - eu só não sabia qual das duas Gibsons era a "mágica", mas apostava na 58, pois geralmente o braço mais fino das 60 as coloca em desvantagem frente às 59 e 58.
Para o deleite dos leitores do blog, entrei em contato com Doug Fraser e ele me autorizou a fazer uma versão editada e traduzida desses vídeos. E de quebra já convidou o pessoal aqui pra assistir a uma entrevista com o Bonamassa que eles fizeram recentemente e vão postar em breve. O canal do Doug and Pat Show no Youtube é aqui (clique). Se dominas bem o inglês, vale a pena assistir os originais também.
Antes de começar, gostaria de lembrar-lhes que esse "som maravilhoso" de uma Gibson clássica com PAFs é apenas sutilmente diferente dos outros/cópias. O timbre de uma excelente (sim existem ruins dessa época) LP vintage é complexo, sem nenhum excesso de graves (definidos e articulados) e agudos (perfeitos). Os médios são tridimensionais, uma mistura de guitarra/sax/voz humana, que soam diferentes a cada dinâmica do ataque. Sempre há a percepção da "madeira" ressoando e interagindo harmonicamente com o som das cordas. É difícil descrever em palavras, mas nesse vídeo fica claro o momento onde essa mágica aparece com toda a sua glória.
Veja/ouça (num monitor/fone decente) o vídeo e anote sua opinião enquanto ouve cada guitarra: graves, agudos, dinâmica, complexidade... Em seguida compare sua opinião com a de Pat e Robert/Bob Stull. 90% das vezes, minha opinião era a mesma do Bob.
Vamos lá:
Aqui está o que anotei de cada guitarra enquanto ouvia:
1ª: Quase gorda, boa dinâmica, agudos ok mas não são "PAF"
2ª: Equilibrada nas frequências, mas ataque da nota muito dominante (pouca dinâmica)
3ª: Linear demais, muito comprimido, ruim... Tokai?
4ª: Equilíbrio perfeito, dinâmica complexa - melhor até agora...
5ª: Graves embolados, dinâmica prejudicada, Seth Lover?
Já fez a sua fezinha? Vamos ao vídeo com os resultados:
O timbre da Les Paul 58 é extraordinário. Há alguns anos eu talvez não tivesse paciência para apreciá-lo devidamente, mas depois que a gente percebe um timbre desses, não tem mais volta... :)
Um vídeo extra, editado do segundo, com o Doug Fraser explicando como gravou o teste:
:)
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